quarta-feira, 9 de junho de 2010

SIMPLICIDADE

Ser simples é tudo o que se pode ser, é a essência.
Afora a essência, tudo o mais é adereço, e os adereços são fruto da ilusão e de projeções mentais ,fundamentadas no ego. São limitadores da liberdade pessoal e são desnecessários.
E pelo fato de não estarem na essência, causam uma série de emoções contraditórias: ansiedade e medo;dúvida e desejo; amor e ódio.
O apego ainda é o grande adversário da simplicidade, situando o eu num universo gravitacional impróprio, dada a transitoriedade das coisas.
Deixando que o ego seja o centro ,tudo o que gira em torno dele, causa imensos embaraços psicológicos, atrasando muito nossa caminhada evolutiva.
Para a simplicidade vir habitar nosso mundo mental, não podemos transitar pelo caminho do intelecto, pois a simplicidade é de natureza diferente de tudo o que fundamenta os códigos sociais,ela é fundamentalmente libertadora, ela é essência.
Roland Barthes em sua aula inaugural,diz com propriedade do poder da palavra, implicito nos movimentos sociais- sendo sua mola mestra- nos dominando em nossas capacidades dissertivas, delineando a perpetuidade histórica do poder da palavra em nos aprisionar a mecanismos repetidores de padrões socialmente permitidos e engendradores da nossa limitada expressão pessoal.
Já a simplicidade ao nos desconectar desses códigos sociais constrangedores e buscando a essência do ser que é livre, permite-nos respirar mentalmente num habitat de atmosfera tranquilizadora ,equilibrada e sem apegos.
Por isso a simplicidade traz-nos à memória a figura absolutamente simples de Jesus de Nazaré. Nele não haviam adereços, uso do poder, mas a força libertadora do ser essencial.
Ele era simples,andava entre os simples, falava com simplicidade, enfim agia nos parâmetros libertadores da simplicidade.
"Olhai os lírios do campo, não tecem nem fiam, e Eu vos digo, que nem Salomão em toda sua glória jamais se vestiu como um deles."

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